quarta-feira, 25 de junho de 2008

Comunidades esquecidas, Comunidades lembradas (em 2009)


NOTA: Clicar na imagem para ampliar

Entrevista com José Cesário

In semanário nacional Registo, Junho 2008

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Da perpetuação dos jovens carreiristas da política à exclusão da juventude

Helena da Cruz Mouro

Há um mês que se tem ecoado um pouco pela comunicação social e pelos corredores da política a questão do alheamento dos jovens da política e do recente encontro do Presidente da República com os dirigentes associativos juvenis. Todo este problema levantado não se prende tanto com a falta de dinamismo das associações juvenis, que está bem de saúde e recomenda-se porque financiamentos do Estado não têm faltado. Quem tem o mínimo contacto com todo este mundo profissionalizante, de certo que já ouviu dizer que alegadamente, é um sistema para financiamento das máquinas das juventudes partidárias ou então para a politização e controlo do associativismo da sociedade civil.

Analisemos por partes, a sondagem realizada pela Universidade Católica Portuguesa deve ter incidido aleatoriamente sobre determinadas faixas etárias juvenis e determinadas regiões ou espaços geográficos do nosso querido Portugal, englobando opiniões de jovens comuns, que estudam, que trabalham, que estudam e trabalham ou que não fazem nada e não especificamente sobre o universo dos jovens dirigentes associativos, activistas e outros voluntários do associativismo juvenil.

As conclusões do encontro do Presidente da República com os jovens dirigentes associativos e político-partidários poderão ser falaciosas uma vez que a dinâmica deste tipo de participação é até considerada forte, mas apenas por uma elite, de um grupo restrito em comparação com a totalidade da população juvenil. O problema que reside no alheamento dos jovens da política deve ser lido como alheamento dos jovens a qualquer activismo juvenil, portanto os interlocutores convidados pelo Presidente da República careceram de total representatividade do actual estado de (des)graça da participação dos jovens nos assuntos da Pólis.

É natural que o sistema se justifique a si próprio, que tende a reproduzir-se e perpetuar-se, tornando-se num imperativo a viciação da circulação das elites, tudo em nome do politicamente correcto e estabilidade do “establishment”. Por outro lado, é do interesse dos poucos que detém o poder, a actual situação de alheamento dos jovens da política, que continue a agravar-se, para facilitar a ascensão dos jovens profissionais “carreiristas” políticos, “yes man” dos líderes seniores, excluindo ou afastando assim o poder dos mais válidos, da nova geração de ouro portuguesa.

O perigo para a Democracia-Liberal, será o agravamento do autismo da partidocracia e respectivos governantes dos reais problemas e assuntos relativos ao Bem Comum da nossa sociedade, afunilando-se na visão do que “deve ser”, gerindo um Portugal virtual, em vez de debruçar-se sobre o que “é”, sobre o Portugal real.

Quem sabe se não estaremos brevemente a assistir à degeneração do regime Oligárquico para um Tirânico?
In Jornal semanário nacional - O Registo, nº3

É hora, da revolta da Maria da Fonte

Maria da Fonte, ou Revolução do Minho, é o nome dado a uma revolta popular ocorrida na primavera de 1846 contra o governo cartista presidido por António Bernardo da Costa Cabral. A revolta resultou das tensões sociais remanescentes das guerras liberais, exacerbadas pelo grande descontentamento popular gerado pelas novas leis de recrutamento militar, por alterações fiscais e pela proibição de realizar enterros dentro de igrejas. Iniciou-se na zona de Póvoa do Lanhoso (Minho) por uma sublevação popular que se foi progressivamente estendendo a todo o norte de Portugal. A instigadora dos motins iniciais terá sido uma mulher do povo chamada Maria, natural da freguesia de Fontarcada, que por isso ficaria conhecida pela alcunha de Maria da Fonte. Como a fase inicial do movimento insurreccional teve uma forte componente feminina, acabou por ser esse o nome dado à revolta. A sublevação propagou-se depois ao resto do país e provocou a substituição do governo de Costa Cabral por um presidido por Pedro de Sousa Holstein, o 1.º duque de Palmela. Quando num golpe palaciano, conhecido pela Emboscada, a 6 de Outubro daquele ano, a rainha D. Maria II demite o governo e nomeia o marechal João Oliveira e Daun, Duque de Saldanha para constituir novo ministério, a insurreição reacende-se. O resultado foi uma guerra civil de 8 meses, a Patuleia, que apenas terminaria com a assinatura da Convenção de Gramido, a 30 de Junho de 1847, após a intervenção de forças militares estrangeiras ao abrigo da Quádrupla Aliança.


In Wikipédia